Resenha: barraca Quechua Arpenaz 2 Fresh and Black

Olá, sejam bem vindos ao De carro pela América! Neste post quero comentar sobre a barraca que compramos e que pudemos experimentar no último camping, na cidade de Canela.

Primeiramente, quero ressaltar que não recebo nada da Quechua ou de qualquer outra marca. Meu compromisso aqui é apenas ajudar quem está em dúvida na compra, mostrando não somente os pontos POSITIVOS, mas também os NEGATIVOS dessa barraca. Certo?

Também é importante dizer que não se trata apenas em definir qual é "a melhor barraca". Isso é relativo, pois vai depender da utilização que você quer ter com ela. Ou seja, se vai usá-la para montanhismo, para pesca, para camping em família...

No meu caso, a ideia partiu de um projeto que pretendo desenvolver. Para quem já leu a postagem Onde dormir em acampamentos de viagens longas? sabe que estou considerando a ideia de colocar uma barraca comum sobre o bagageiro de teto do carro e quais as vantagens disso em comparação com outras possibilidades mais tradicionais. Para tanto, precisava de uma barraca que servisse no bagageiro de teto, ou seja, uma pequena, para duas pessoas, já que dormiremos apenas eu e minha esposa.

[Comentário em 18/07/2019: Finalmente instalamos o bagageiro e compramos outras coisas necessárias para colocar nossa ideia em prática. Veja o projeto do bagageiro e ele pronto em Nosso projeto de bagageiro de teto para barraca iglu.]

A partir dessa necessidade, passei a procurar na internet por alguma barraca boa e não tão cara. E então logo me deparei com essa, a qual me chamou a atenção por essa tecnologia Frash and Black, que faz com que você possa ter um ambiente interno bastante escuro.

Assim que pudemos, passamos na Decathlon aqui perto de casa para vê-la de perto. Lá tinha uma montada, então pudemos entrar dentro e verificar se era mesmo escura como dizia na propaganda. De fato, mesmo na loja, um local bastante iluminado, quando me fechei dentro não conseguia enxergar praticamente nada.

Pra quem não entende muito do assunto, não é simples tornar o interior de uma barraca escuro. Como elas são leves e feitas para ser transportadas em sacolas pequenas, o tecido utilizado precisa ser muito fino. E uma barraca não pode obstruir totalmente a ventilação, por um motivo muito importante: quando respiramos e transpiramos, liberamos calor e água em estado gasoso para o pequeno ambiente interno da barraca. Quando esse vapor encontra a superfície gelada do tecido da parede (normalmente no inverno), ele se condensa (ou seja, passa para o estado líquido). Então, escorre pelas paredes e até pinga na cabeça de quem está ali dormindo. Por isso, uma boa ventilação é sempre necessária, para levar o calor e o vapor para fora da barraca e diminuir a possibilidade de que esse fenômeno ocorra.

Dessa forma, como criar uma barraca "black" (escura) e "fresh" (fresca) ao mesmo tempo? Entendeu o paradigma? (hehe) Pois é, pelas noites que dormi nela, não diria que ela é mais arejada do que outras barracas que tive. Mas acho que o "fresh" do nome se deve justamente por eles terem conseguido torná-la escura e mesmo assim manter o frescor necessário.

Bom, vou adiantando que nas noites que passamos, a dez graus positivos, chegou a suar um pouco nas paredes, mas nada grave. Normal para uma barraca pequena e bem vedada. Mas vamos lá, quero agora elencar os principais pontos positivos e negativos.

Nossa área de camping no Parque do Sesi, em Canela/RS, entre os dias 9 e 11 de junho de 2019.

PONTOS POSITIVOS

1 - Escuridão interna

Isso é ótimo. Nossa mente precisa do escuro para relaxar bem. O que eu fazia em outras barracas era colocar uma venda ou alguma camiseta sobre os olhos. Todo camping que se preze costuma ser bem iluminado durante toda a noite. É bom pelo sentimento de maior segurança, evita acidentes (bêbados tropeçando na barraca alheia, hehe, gente esfolando o dedão em pedras, essas coisas). E outra coisa, já aconteceu comigo: acho um local escuro para a barraca, mas então o sol nasce às 6h e você acorda com a claridade e não consegue mais voltar a dormir.

Mas para ser bem sincero, também não é escuridão absoluta. Mas mesmo assim é bem escuro. Dormimos com uma lâmpada ligada perto da barraca, quase em baixo de um poste de luz, e mesmo assim era tão escuro como meu quarto, em casa. Muito bom!

2 - Facilidade de montagem

Como queremos montá-la em cima do bagageiro do teto, e usá-la para viagens de overlanding (ou seja, montando e desmontando a cada nova parada), queríamos algo que não desse tanto trabalho.

Gravamos esse vídeo em "time lapse" para demonstrar o processo de montagem. Consegue perceber qual a grande facilidade dessa barraca?

Não precisa passar as varetas por dentro da lona!! 👏👏👏👏👏

É uma mão na roda. Além disso, é pequena. Então, é menos lona para ficar dobrando. Essa foi a segunda vez que montamos ela. A primeira foi na sala de casa, para ver como era.

3 - Impermeabilidade

Bom, ainda não peguei uma chuva torrencial para dizer se ela de fato aguenta bastante. Choveu bem pouco na primeira noite. Mas, além da propaganda da Quechua dizer que ela resiste muito bem a chuvas fortes e ventos, eu observei umas coisas.

Primeiro, a lona externa não é tão fina, tem uma aparência de ser resistente.

Segundo, são duas camadas em todas as laterais. Minha antiga iglu era muito boa para chuvas fortes, mas a lona não cobria a parte da frente e de trás, onde ficavam as portas. Já esta, até para segurar a luz externa, tem uma lona externa que cobre tudo.

E, terceiro, a lona externa não encosta na interna.

PONTOS NEGATIVOS

1 - Ziper simples

A barraca tem uma porta de cada lado e, em cada uma, um único ziper. Qual o problema disso? Não dá para prender cadeado!! Poxa, Quechua, não custava nada colocarem dois zipers, ou pelo menos algum esquema para prender um cadeado.

Sei que há pessoas que defendem que não adianta nada um cadeado, porque, se um ladrão quiser, passa a faca na lona e rouba as coisas. Porém, não vejo por esse lado. A maioria dos ladrões de coisas simples são oportunistas e não ladrões perversos por natureza. Ou seja, se a barraca está fechada, eles não sentem desejo de pegar nada, pois nem sabem o que tem dentro, não querem correr o risco à toa. Mas, se veem uma barraca sem cadeado, a tentação de dar uma espiada para ver o que tem "dando sopa" é enorme. Infelizmente, isso acontece.

Claro que mesmo com cadeado não deixaria um notebook ou qualquer coisa de valor dentro. Mas, se está "dando sopa", até um pijama pode ser furtado na cara de pau. Por isso, um cadeado faz falta. Mas, no nosso caso, como a ideia é só se enfiar para dormir e passar a noite, não tem tanto problema. Deixo as coisas todas dentro do carro, que está logo abaixo.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Achei um pouco apertado para fixar a lona externa aos quatro cantos, mas acho que deve ser normal. Imagino que o tecido naturalmente sede um pouco com o uso, então precisam fazer algo bem justo, para não se soltar com o vento.

Achei a barraca com um design muito bonito. E as cores empregadas tem finalidade. O interior é preto, para ajudar na escuridão. E o exterior é branco, para ajudar a não absorver tanto o calor do sol.

Como toda barraca desse tamanho, não é qualquer colchão de casal que irá servir. Nós encontramos na própria Decathlon um colchão também da Quechua, por acaso, chamado Air Confort 120. Foi uma ótima compra também, daria até para fazer uma nova resenha sobre ele. Mas vou simplificar: é mais confortável do que outros que já tive, e mais fácil para inflar.


Para saber mais sobre a tecnologia usada pela Quechua na barraca, clique aqui, para a explicação (em inglês) no site da empresa, ou aqui, para pesquisar o produto na revendedora autorizada no Brasil, a Decathlon.

De novo: embora eu esteja aqui fazendo a maior propaganda, não estou sendo pago por ninguém para isso. Minha outra barraca é da Nautika, por exemplo. Veja uma foto dela na postagem Qual local escolher para colocar a barraca? Ela é ótima também, usei muito, continuarei usando, e ela ainda está em perfeito estado. Mas outro dia, quem sabe, escrevo mais sobre ela, agora o foco foi a nova. 😀

CONCLUSÃO

De forma geral, achamos a barraca muito boa. Com certeza uma boa compra, e o valor que pagamos foi bem razoável pela qualidade demonstrada. O único ponto negativo, na nossa opinião, foi ter apenas um ziper, não permitindo cadeado (vou ter que fazer alguma adaptação). Fora isso, para a finalidade que queríamos, até superou nossa expectativa.

Índice de postagens e páginas

Como trocar óleo e filtro de óleo do próprio carro?

Se você é leigo no assunto, a primeira pergunta que deve estar tentando entender é se vale mesmo a pena trocar o óleo do seu próprio carro. Ou, por que diabos fazer isso? Não é mais fácil e barato levar num posto de gasolina ou em uma mecânica?

Bom, a uns meses atrás, logo após eu ter comprado a minha Disco, estava com a mesma dúvida. Pesquisei muito e acabei resolvendo trocar eu mesmo. Então, quero discutir um pouco aqui sobre os prós e contras, além de mostrar como se troca óleo e filtro do óleo, de forma geral e também no caso específico do meu motor, o 300 tdi, para servir de exemplo.

(Imagem de Adamsov Production por Pixabay)

Antes de pesquisar se valia a pena, claro, primeiro fui pesquisar se seria mesmo possível fazer isso. E já antes de comprar o carro eu já estava lendo o seu manual de manutenção, que está disponível na internet. Seja qual for o seu carro, tente encontrar na internet, ou com mecânicos, ou entendidos, um manual de manutenção, se houver. Tem muita coisa que se pode aprender com ele e tem detalhes bem específicos, como o torque (“aperto”) que se deve dar em cada parafuso, bujão etc. Nada irá substituí-lo! O único problema é que é muito objetivo e, para um leigo, que nunca fez nada assim antes, muitas dúvidas surgem, muitas inseguranças. E se der algo errado? E se o filtro que comprei não encaixar? Calma! Leia toda esta postagem que eu te prometo que você vai ficar mais tranquilo, ok?

PROCEDIMENTO GERAL

O procedimento geral é simples e praticamente igual para todos os carros. Vou resumir em itens, para facilitar, e depois vamos nos ater aos detalhes.

1 – Com o motor MORNO, abra a tampa do óleo na parte de cima;

2 – Posicione o recipiente para coletar o óleo velho abaixo do bujão de drenagem do cárter (é tipo um parafuso largo, na parte mais inferior do cárter);

3 – Abra o bujão do cárter e deixe escorrer todo o óleo até parar de pingar (segure com cuidado nos momentos finais, pois o óleo jorra e o bujão pode saltar das mãos);

4 – Posicione o recipiente de coleta abaixo do filtro do óleo;

5 – Use uma chave de filtro para desapertar o filtro do óleo e termine de desrosqueá-lo com a mão (vai derramar mais um tanto de óleo e melecar tudo);

6 – Abra o pacote do novo filtro, encha-o até a metade de óleo novo, passe óleo na borracha vedante, e depois rosqueie-o com a mão até ele encostar na estrutura;

7 – Dê o aperto final no filtro conforme o aperto recomendado (eu usei a chave de filtro de leve, pois minhas mãos estavam escorregadias demais);

8 – Recoloque o bujão do cárter e dê o aperto final com o torquímetro conforme o torque recomendado pelo fabricante (até alguns especialistas fazem isso no “olhômetro”, mas você fará melhor, ok?);

9 – Pela tampa do óleo, preencha novamente o motor com o óleo novo de acordo com a quantidade recomendada (nos momentos finais, cuide pelo nível da vareta se realmente ficou entre o mínimo e o máximo);

10 – Feche a tampa do óleo na parte de cima do motor;

Obs.: Se o seu carro é muito baixo, talvez isso impossibilite a troca em casa, a não ser que você consiga estacionar em um local com um espaço maior no piso (como aquelas rampas com vão central). Mas cuidado com gambiarras! Você não quer que o carro caia sobre você...

Basicamente é isso, para todos os carros. Mas continue lendo, pois há muitos detalhes que quero te mostrar ainda.

PROCEDIMENTOS DO MANUAL DE MANUTENÇÃO

Para vocês terem um exemplo mais específico, quero mostrar o que diz no meu manual de manutenção, pois estudei ele e me ajudou muito antes de fazer a troca. Infelizmente, não consegui a versão em português, mas apenas em inglês e em espanhol. Então, qualquer dúvida, utilize o Google Tradutor para entender.

Não encontrei nada específico para a troca do óleo, mas muitos procedimentos, como a troca do cárter (imagem abaixo), incluem a retirada do óleo de maneira bem simplificada.

Notei que, para diversos procedimentos, assim como neste, o primeiro passo é sempre a desconexão do borne negativo da bateria. Entendo que se trata de uma medida de segurança, pois todo o motor está aterrado, ou seja, conectado ao negativo da bateria. Assim, se por acaso algum fio ou parte ligada ao positivo tocar em qualquer parte metálica, haverá um "curto", com produção de faísca, o que poderia dar início a um incêndio.

Sinceramente, nunca encontrei essa recomendação em sites pela internet, assim como nunca vi algum mecânico tomar essa precaução ao trocar o óleo. Então, faça o que achar certo.

Abaixo, o procedimento recomendado para troca do filtro.

O que fala no item quatro é que, após a borracha de vedação do filtro tocar a parte superior onde se encaixa, deve-se apertá-lo com mais meia volta, usando apenas as mãos. Contudo, como minhas mãos estavam escorregadias de óleo, acabei usando a chave de filtro para dar uma leve apertada, mas não deu meia volta, acho que isso não seria possível. Deve ter dado um quarto de volta. Não se preocupe, deu tudo certo, e dará para você, é só não exagerar na força.

A seta laranja aponta para o local onde rosquear o filtro de óleo. Eu tinha acabado de tirá-lo.

Ao fim do capítulo de reparação do motor 300tdi (pg. 105 do pdf em inglês) há uma página com os valores de torque, onde há a indicação para que se aperte o bujão de drenagem do cárter do óleo a 35 Nm. Para isso que você irá usar um torquímetro.

Mas faça o seguinte, para facilitar: coloque o bujão com a mão, depois pode usar a chave de catraca até encostar, e só depois aperte com o torquímetro até o valor indicado para o seu motor (para o meu é 35 Nm, para o seu, pode ser diferente!).

FERRAMENTAS E ITENS NECESSÁRIOS

Bom, já que citei algumas ferramentas, vamos descrevê-las melhor agora.

1 – Chave de filtro (alguns chamam de saca-filtro)

“É necessário mesmo?”, cheguei a me perguntar. Sim. Todos os filtros são redondos e lisos (sabe-se lá por quê), de forma que, com as mãos cheias de óleo (sim, pode esperar), você não irá conseguir retirá-lo ou apertá-lo como devido. Mas a boa notícia é que é algo barato, e você irá usar outras vezes ou até para outras finalidades. É um negócio que parece muito estranho. Quando vi, até duvidei que funcionasse, mas funciona direitinho. Eu comprei uma de corrente, mas também há o modelo de cinta. A minha, pelo Mercado Livre, saiu R$ 19,90 mais R$ 23,90 de frete (total: R$ 43,80).

Minha chave de filtro. Simples, não?

2 – Ferramenta para abrir e fechar o bujão do cárter

O ideal é usar uma chave catraca com um soquete, por ser mais prático. Também se poderia usar uma chave de boca, mas pode ser ruim, pois a pegada dela pode danificar o bujão ao longo dos usos.

3 – Torquímetro

Existe o modelo de vareta (o que comprei) e outros, como o de estalo e o digital. Todos vão servir, mas o de vareta é mais barato. Se você não é um mecânico que irá usar muito o equipamento, compra o de vareta mesmo. Comprei pelo Mercado Livre a R$ 55 mais R$ 21,90 de frete (total: R$ 76,90). É importante apertar na medida certa (usando essa ferramenta), pois, se apertar demais, pode estragar a rosca do bujão e, se apertar de menos, pode não ficar bem vedado. Então, vale a pena fazer algo bem feito.

3 – Óleo novo

Compre sempre um pouco a mais do que recomenda o manual (além de você poder derramar um pouco, também poderá utilizar o excedente para completar o nível futuramente, em caso de emergência) e lembre-se que há um valor para troca apenas do óleo e um pouco a mais para quando se troca o filtro junto. Antigamente alguns trocavam o filtro a cada duas trocas de óleo, mas hoje se recomenda a troca dos dois sempre juntos. Então, veja na imagem abaixo que no caso do meu motor o manual diz que é 5,8 litros se não trocar o filtro, mas um acréscimo de 0,85 litros pela troca do filtro. Somando as duas quantidades, sei que eu irei usar 6,65 litros. Por isso, comprei dois galões de 3 litros, mais um galão de 1 litro. Sobrou meio galão, que eu guardei no porta malas como item de emergência (veja a postagem Itens de emergência do carro que levo em viagens longas).

4 – Filtro do óleo

O filtro sempre deve ser trocado juntamente com a troca do óleo, e não a cada duas trocas. Um dos motivos é porque dentro dele fica certa quantidade de óleo. Além disso, não faça trabalho porco. O filtro é barato, e é uma peça muito importante para o motor.

5 – Recipiente para coletar o óleo velho

Pense em uma bandeja com a qual você consiga coletar todo o volume do óleo e que depois você consiga despejá-lo em algum outro lugar. Como meu carro é alto do chão, eu consegui usar uma caixa organizadora de plástico (se não me engano tem 30 litros). Uso a mesma caixa (lavada, claro) para armazenar algumas coisas do carro, então, acabou sendo útil. Inclusive, tenho uma que deixo em casa e outra que levo no carro, onde guardo itens de emergência (entenda melhor sobre isso em Itens de emergência do carro para levar em viagens longas)

Aqui está o recipiente que usei, com os quase 6 litros de óleo que saiu do cárter com a retirada do bujão de dreno. Ao lado está o meu torquímetro de vareta.

6 – Recipiente para armazenar o óleo velho

No meu caso, eu despejei da bandeja para galões de 5 litros de água mineral com tampa.

7 – Outros

Se não quiser sujar o piso da garagem, espalhe jornais ou um papelão embaixo de onde vai lidar. E, como inevitavelmente sujará suas mãos com óleo (e talvez outras coisas, hehe), é bom estar sempre com um pano e próximo de uma torneira. É recomendável luva, pois o contato com o óleo pode ser prejudicial, mas, como não é sempre que lidamos com isso, eu não usei.

Obs.: Não se recomenda o uso de funil para despejar o óleo novo, e nem é necessário. As embalagens são feitas para facilitar o trabalho, é só ter calma. O uso do funil poderia levar sujidades ou contaminantes para o óleo novo.

QUAL ÓLEO COMPRAR?

Procure usar o óleo recomendado no manual e, se precisar completar futuramente, não misture óleos diferentes.

O que você deve saber da especificação são três coisas:

a)    Se é mineral, sintético ou semissintético. Não vá pela cabeça dos outros, vá pelo que diz o manual. No meu, devo usar sempre o mineral.

b)    Qual o SAE (valor que se refere à variação da viscosidade em temperaturas fria e quente). O meu, por exemplo, é SAE 15W40.

c)    Qual o API. No meu caso, utilizei API CI. O C significa que é para motores diesel. Se for óleo para carro, será S, e, para engrenagens, será G. Já a segunda letra significa o desempenho do óleo, obtido pela qualidade dos aditivos. O A já está obsoleto, e depois vieram outros em ordem alfabética. O meu manual recomenda o API CD, porém não há mais o CD à venda, pois está obsoleto. Então, não tem problema utilizar o CI. Eu não poderia utilizar um de qualificação inferior, como o CC, se houvesse.

Além disso, pesquise sobre as marcas disponíveis no mercado, as marcas recomendadas pelos entendidos e mecânicos. No caso de um carro antigo como o meu, quero fazer o melhor para que o motor dure por muito tempo, por isso pesquisei bem. Fiquei muito interessado pelo Ursa Premium TDX, da Texaco. Como não consegui comprá-lo pela internet, acabei colocando outro muito bom, o Lubrax Top Turbo, da Petrobras, e estava um pouco mais barato. E agora eu descobri que no início deste ano a Petrobras lançou o Lubrax Top Turbo Pro, um produto de API CK-4/CJ-4. Não encontrei na internet para vender por enquanto, mas já fiquei interessado. (Obs.: na época em que escrevi isso eu comprei pela internet, mas depois encontrei um local de venda na cidade por um preço mais em conta, onde passei a comprar).

ONDE COMPRAR O ÓLEO E O FILTRO DO ÓLEO?

Eu comprei o óleo pela internet, pelo Mercado Livre. Mas, com o frete, acho que acabou saindo um pouco mais caro do que se tivesse comprado num posto BR. Já vi gente falando que compra de distribuidor, mas o preço não varia muito não. De qualquer forma, pesquise (obs.: reitero que na época em que escrevi isso comprei pela internet, mas depois encontrei um local físico bem mais em conta). Eu precisava de 7 litros, então, comprei dois galões de 3 litros e um de 1 litro. É mais barato do que comprar os litros individuais. E mais barato ainda sairia comprar os galões de 20 litros, se você tiver onde estocar o excedente depois...

Quanto ao filtro, comprei o meu pela internet (mesma observação acima: agora compro em local físico), em um site que vendia peças para Land Rover. Você também pode encontrar no Mercado Livre. Mas pesquise também em lojas de autopeças ou postos de combustível que fazem troca de óleo. Não precisa saber código, ou algo assim, pois, em geral, o anúncio dirá que é "filtro de óleo para (o seu carro)", ou algo assim (mas, se quiser, ok). Em alguns casos se vendem kits para troca de óleo, em que se compra o filtro e o óleo correto na quantidade necessária. (Obs.: Cada marca de filtro possui sua numeração própria. Então, é bom saber as marcas boas e os códigos do seu filtro para cada uma dessas marcas. Anote em algum lugar. Assim não tem risco de erro).

O QUE FAZER COM O ÓLEO USADO?

Com certeza o lugar dele não é no chão, nem no ralo, nem no vaso sanitário. A natureza agradece! Mas então, onde? Leve num posto de combustível ou em qualquer lugar que faça troca de óleo. Eles armazenam o óleo e depois combinam para que uma empresa venha coletá-lo, a fim de re-refinar o óleo, ou seja, retirar as impurezas, tudo que não serve, para novamente extrair óleo útil (ou outras substâncias úteis). E essas empresas pagam por esse óleo, sabia? Na época eu até entrei em contato com uma, mas descobri que eles só buscam a partir de uma certa quantia, e é bastante. Então, não adianta, melhor deixar em algum posto ou oficina mesmo.

COMPARATIVO DE PREÇOS

Uma dúvida que eu tinha era: será que vou economizar trocando o óleo em casa? Por isso, perguntei a uma oficina especializada o quanto eles cobrariam pela troca. Na época, eu também queria trocar filtro do ar e filtro de combustível. A resposta foi a seguinte:

Oficina especializada

Óleo (Lubrax Top Turbo): R$ 188,00

Filtro do óleo: R$ 49,00

Filtro do combustível: R$ 65,00

Filtro do ar: R$ 78,00

Mão de obra: R$ 280,00

-------------------------------

TOTAL = R$ 660,00

Trocando eu mesmo

Na época eu tinha feito uma pesquisa que indicava que eu gastaria metade desse valor, mas nem vou especificar aqui, pois não foi boa. Melhor que isso, vou dizer o que fato eu gastei trocando o óleo eu mesmo.

Dois galões de 3 litros de óleo (Lubrax Top Turbo): R$ 124,00 (pela internet, com frete grátis)

Um litro de óleo (mesmo de cima): R$ 21,90 (no posto BR)

Filtro do óleo: R$ 57,21 (pela internet, incluindo o frete)

Filtro de combustível: R$ 45,00 (trocaram numa outra especializada quando limparam o radiador, entre outras coisas, então, não tem um valor específico de mão de obra)

Filtro de ar: R$ 64,90 (pela internet) mais frete de 16,90 (troquei eu mesmo).

-------------------------------

TOTAL: R$ 329,91

Claro, desconsiderei neste cálculo os valores gastos com a chave corrente (R$ 43,80) e com o torquímetro (R$ 76,90), pois são ferramentas que eu usarei em todas as outras trocas e para outras finalidades. Então, acabei gastando metade do valor na troca desses elementos. E posso te dizer que gastei demais ainda, porque gastei muito com frete dos pedidos via internet. Achei que seria mais barato comprar pela internet, mas, nesses casos, não é tanto. Depois acabei encontrando o mesmo óleo no posto BR por alguns reais a menos (R$ 59,50 cada galão de 3 litros).

Por outro lado, nesse mesmo posto, disseram-me que poderiam fazer a troca de óleo gratuitamente, só tendo que pagar o valor do óleo e do filtro de óleo. Ou seja, numa oficina especializada sairia caro por causa do valor cobrado pela mão de obra, e num posto eu gastaria o mesmo valor do que trocando em casa. Bom, não anotei os valores específicos que eles me deram, mas era por aí mesmo. Porém, sabe o que eu vou fazer da próxima vez? Trocar em casa!

(Em 04/09/20: acrescento que na primeira vez os preços foram os acima referidos, pois comprei pela internet. Mas nas vezes seguintes eu encontrei um local na minha cidade que vende tudo isso por preços bem mais em conta ainda. Veja abaixo.

2 galões de 3 litros de óleo Top Turbo: R$ 100

1 galão de 1 litro de óleo Top Turbo: R$ 19

1 filtro de óleo Wega WO-290: R$ 20

1 filtro de ar Wega: R$ 48

1 filtro de combustível Wega: R$ 17

------------------------------- 

TOTAL: R$ 204,00

Que diferença, hein? Ao invés de pagar 660 em uma oficina, eu pago 204 e ainda me divirto. Além do valor da mão de obra, comparem os valores dos componentes individualmente. E oura coisa: sabe por que eu tenho comprado tudo da Wega? Isso é um detalhe interessante. Os componentes da Wega vêm todos lacrados, com película plástica garantindo que o produto nunca foi aberto. Essa película também impede que caia sujeira dentro dos filtros. Não sei se é só a Wega que tem isso, mas já pesquisei diversas marcas e apenas a Wega que era assim. Para vocês terem uma ideia da importância disso, uma vez, antes de saber disso, eu fui num posto e pedi um filtro de óleo. Quando o atendente me entregou a caixa do filtro, eu abri para olhar dentro e tinha sujeira e até um inseto morto dentro. Daí tu imagina que você vai pegar esse filtro e rosquear no motor do seu carro, e o que tiver de sujeira dentro vai ficar dentro. Bom, devolvi o filtro. Depois disso que saí a procura de filtros com lacre, e só encontrei os da Wega com essa característica.)

MAS POR QUE TROCAR O ÓLEO EM CASA? (além do custo)

Você acha que no posto eles vão usar um torquímetro para apertar o bujão a 35 Nm? Acha que no posto eles vão deixar o óleo pingando um bom tempo até sair a última gota? Provavelmente não. Talvez nem na especializada eles façam isso.

E mais. Eu quero ter contato com o meu carro. Não sou mecânico, mas quero saber fazer o máximo que puder nele. Tenho certeza de que, estudando bem, saberei fazer melhor do que qualquer terceiro.

Bom, não posso dizer que nunca mais na vida eu vou mandar trocarem o óleo em algum posto, mas posso dizer que na próxima (e já está quase na hora) trocarei em casa novamente. Pelo menos por enquanto eu gosto, acho melhor e divertido (sim, vale a pena). É um ótimo começo para quem está estudando sobre a mecânica do próprio carro. Se um dia acontecer de ter algum problema na estrada, vou querer estar preparado para resolver. (em 04/09/20: desde que escrevi esta postagem, sigo trocado o óleo eu mesmo. Uma vez tive que levar na oficina para fazer um reparo e eles tiveram que trocar o óleo. Deu problema, vou contar a seguir).

POSSÍVEIS CONTRATEMPOS (acrescentado em 04/09/20)

Em fevereiro de 2020, tive que fazer um reparo no motor. Levei na oficina e eles tiveram que trocar o óleo. Seis meses depois, em agosto, chegou a hora de trocar novamente, e fui fazer em casa. Retirei o óleo do cárter, bem tranquilo, e então fui retirar o filtro. Tentei com a mão, não consegui. Peguei o saca filtro, nada. Estava emperrado. Com certeza o pessoal da oficina apertou com uma força descomunal aquele filtro. Usei força, até que o filtro começou a amaçar a latinha, e não saia. Fiquei com medo de comprometer a estrutura de um jeito que eu ficasse empenhado.

Então liguei para o meu amigo Ricardo, de SC, que tem mais experiência. Ele disse "esse negócio tem que sair, Leandro. Faz assim: aplica desengripante na parte de cima, espera um pouco. Pega o saca filtro e usa ele na parte mais superior possível da latinha, que é onde tem menos probabilidade de amassar, dá uma leve apertada, e depois tenta abrir.". Assim eu fiz, e assim deu certo. Não foi fácil, mas saiu. De fato, na parte mais de cima, não amaça. Pude usar uma força bem grande. Mais uma técnica aprendida. Por isso é bom contar com amigos, pessoas que têm mais experiência.

O Ricardo ainda me contou uma coisa que aconteceu com ele, com outro carro. Disse que uma vez levou num posto de combustível e, após a troca do óleo, notou que a luz do óleo do painel tinha ficado acesa e não apagava. O cara do posto disse que era assim mesmo, que depois ela apagava. Mas ele ligou para o mecânico dele, e este disse que poderia ter ficado ar dentro do filtro. Provavelmente o cara não encheu bem de óleo dentro do filtro. Então, disse para soltar um pouco o filtro e dar partida. Assim o ar saia pelo filtro e, assim que começasse a sair óleo, ele fechava a rosca. Deu certo. Bom, eu já troquei em casa várias vezes e nunca aconteceu isso, talvez por eu sempre encher bem o filtro de óleo antes de colocar. Mas acho bom relatar aqui, para que fiquem precavidos e atentos à luz de óleo do painel. Após a troca, é sempre bom ligar o motor, observar a luz se apagar, e deixar rodando um tempo para fazer circular um pouco o óleo.

Bom, o problema que tive do filtro difícil de sair não teria acontecido se eu mesmo tivesse trocado. E se eu tivesse sempre levado no mecânico, nunca teria percebido o que fazem. Eles sabem fazer o serviço, mas a impressão que tenho é que não se importam com graus de aperto correto. Assim é para tudo. Por isso eu digo: o que você puder fazer em casa, melhor. Aprenda e faça você mesmo.

Enfim, espero que tenha clareado muitas dúvidas, pelo menos o suficiente para você também perder o medo de fazer por conta própria esse trabalho que, pra falar bem a verdade, é dos mais simples, mas um ótimo começo. Se quiserem fazer qualquer pergunta, fico à disposição, só escrever-me abaixo. E, para quem ainda não nos segue no Instagram ou Facebook, é só clicar nos links e clicar para seguir (Instagram) ou curtir (Facebook). Assim você poderá acompanhar nossas viagens e dicas. Um abraço a todos!

OUTRAS REFERÊNCIAS PARA VOCÊ ESTUDAR

Autopapo: Troca de óleo do motor: saiba tudo sobre esse procedimento
Achei interessante, pois tem entrevistas com especialistas.

Defender RS: Troca de óleo e filtro de óleo do motor 300tdi
*Obs.: Na época eu tinha lido esta postagem, mas só agora, relendo, que me dei conta da boa dica que deram de usar uma garrafa PET para retirar o filtro. Vou tentar da próxima vez.

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Para acessá-las, confira no Índice de postagens e páginas.

Boa leitura!