Onde dormir em acampamentos de viagens longas?

Estivemos pensando em todas essas possibilidades nos últimos meses. Por enquanto, utilizamos o que temos, uma barraca comum de chão (25/03/19). Mas queremos mudar. Enquanto isso, gostaria de analisar mais detalhadamente cada uma dessas possibilidades, para ajudar outras pessoas a também refletir sobre vantagens e desvantagens e acabar decidindo bem sobre o que é melhor para cada caso e pessoa. Vamos lá?

1 – Barraca de teto comum

Essas barracas costumam ser o sonho de muitos viajantes. As principais vantagens são a facilidade de montagem (basicamente, é só tirar a capa e desdobrá-la) e a distância do chão (não suja tanto a barraca, fica longe de insetos de chão, cobras, aranhas...). Comparado às tradicionais de chão, só dificulta levar malas e outras coisas para dentro, por ser alto, mas, pra quê, se você tem o porta-malas do carro logo abaixo? Mas tem alguns pontos bem negativos, na minha opinião. Até poderia começar falando do preço (a partir de 4.500, por aí), mas tudo bem, o valor se paga com o tempo, pois você evita pagar estadia, pode dormir até na beira da estrada, se quiser. Não, os piores pontos, na minha opinião: a) elas aumentam no mínimo 40cm na altura do carro. Em geral quem usa essas barracas já são carros grandes. Com a barraca, então, já não entra em estacionamento algum. b) A altura também aumenta o arrasto aerodinâmico, aumentando o consumo de combustível e a força que o motor tem que fazer para manter velocidades altas. Isso tudo porque todos enxergam como vantagem o fato de a barraca de teto guardar dentro o colchão, os travesseiros, roupa de cama, cobertores. Por isso fica tão grande o volume. E c) o peso da barraca (~50Kg ou mais) eleva o centro de gravidade, deixando o carro menos estável em curvas.

As barracas de teto comuns podem ser desdobradas para qualquer direção. Em geral, as pessoas abrem para trás ou para o lado, já que à frente há o capô. Mas olha que ideia genial: aproveitar o recuo de capô do design da LR Series para apoiar a escada no para-choque. // Fonte: www.roverguide.com.

2 – Barraca de teto “hard top”

“Hard top” significa “teto rígido”. São bem parecidas com as comuns, mas não se desdobram para abrir. Ao invés disso, tem pistões a ar que empurram o teto para cima, ou em ângulo para o lado. Como não se desdobram, costumam ocupar a maior parte do teto do carro. Então, para aqueles que gostam de carregar outras coisas em cima, já fica ruim. O espaço interno e os acabamentos são bem semelhantes às anteriores. Não vejo muita diferença. Mas o desenho dessas fica tipo uma caixinha quadrada (mais feio, na minha opinião). A altura diminui um pouco, já que o conteúdo fica mais espalhado (e não dobrado), mas ainda assim, não vejo muita diferença, pois também fazem essas barracas para conter colchão, travesseiros etc. Aqui no Brasil estão recém começando a vendê-las, e o preço está ainda mais salgado (encontrei a partir de 7.500 reais). A altura fica por volta dos 30cm (apenas 10cm menos que as comuns). Mês passado eu até pensei em uma alternativa bem melhor: fiz um projeto para produção caseira de uma barraca de teto, com piso de compensado naval e teto de alumínio. A vantagem do meu projeto é que a barraca seria feita para só carregar colchão e lençóis, ficando com a finura de apenas 5cm, mais a altura do hack. Além disso, em cima da barraca seria uma base plana com alumínio antiderrapante (“xadrez”), servindo para usar de hack, quem quiser. Isso seria perfeito, eliminaria todas as principais desvantagens.

Minha ideia seria tipo essa, porém muito mais fina. Não que a minha ideia seja genial. Na verdade só não produzem hard tops ultra-finas porque as pessoas preferem enfiar tudo dentro mesmo, não se preocupam com arrasto e essas coisas. // Fonte: offroadtents.com.

3 – “Camper”

Chamam de “camper” quando se realizam mudanças internas no veículo para funcionar como um mini-motor-home. O principal é que tenha a cama dentro do carro e, como isso toma espaço da carga, normalmente se tem que fazer modificações básicas, como uma estrutura com gavetas e armários por baixo do plano onde se coloca o colchão. Como essa estrutura tem que suportar o peso das pessoas, normalmente acaba elevando muito o peso do carro. Ou melhor, depende da qualidade do projeto. Já vi armários em MDF dentro do carro. MDF não é a melhor madeira para se utilizar, pois não é a mais leve e resistente. Por isso muitos utilizam o compensado naval. Eu pensaria em uma estrutura o mais simples possível, para evitar ao máximo o aumento do peso. Cheguei a pensar em colocar uma cama suspensa dentro do carro uma vez, uma estrutura com aço de andaimes, que se pudesse montar só na hora de dormir, o que evitaria a construção de armários. Bom, tudo depende do estilo de viagem que se quer ter. A grande vantagem do camper é não depender de campings, pois geralmente se instalam chuveiro, pia, toldo... Enfim, uma casa completa. Essa é uma ótima opção mesmo para quem vai viajar por vários meses na estrada. Mas, ainda assim, tem uma coisa que detesto nisso tudo: as grandes mudanças no carro. Quando chego de viagem, quero tirar os apetrechos de dentro, e deu: tenho um carro de volta, e não uma casa sobre rodas, entende? O investimento para se transformar o carro também é grande. Tem gente que gasta 30mil! Além disso, se a transformação for muito pesada (madeiramento, reservatório de água, geladeira), é necessário colocar molas mais fortes (“heavy duty”), reforçar a suspensão. Dormir dentro do carro dá bastante segurança. Mas tem o problema do calor também. É impossível deixar o ar do carro ligado, então, o que fazer? Numa barraca externa, o vento passa pelo tecido e refresca. Mas, dentro do carro, o que fazer?

Muito organizados, hein! // Fonte: newatlas.com.

4 – Barraca de chão

Essa deve ser a maneira mais tradicional, simples e barata. O peso de um iglu é algo irrisório, e não ocupa espaço quase nenhum no carro, é uma bolsinha bem pequena. Acampando assim, você não tem problema com peso excessivo, nem com perda da estabilidade, nem arrasto aerodinâmico. Mas quais são os pontos negativos? Para viagens longas, em que você precisa dormir em vários locais diferentes, normalmente uma noite em cada lugar, é muito chato ter que armar e desarmar a barraca todos os dias. Dá muito trabalho. Tem que ficar passando as varetas por dentro do tecido, daí as varetas se abrem lá no meio, ter que enrolar com o maior cuidado e dedicação, senão a barraca não cabe na sacola. Se chove, então, fica tudo sujo! Para um acampamento em que você vai para um lugar, fica uns dias e volta pra casa, ótimo, você monta uma vez e depois desmonta, acabou. Mas, fazer isso tudo uma vez por dia, nossa! Em nossa viagem ao Uruguai tivemos que fazer isso, três vezes. Aguentamos, mas é um ponto negativo que nos fez lutar por outras ideias.

**Obs.: Existe um tipo de barraca de chão que se chama "barraca tatu", ou outras expressões. Fácil de montar e mantém a a pessoa uns 20cm do chão. É de se pensar, mas, ocupa um pouco mais de espaço no porta-malas, e ficaria ruim, por exemplo, parar num posto e armar a barraca do lado do carro... Eu me sentiria mais seguro em cima mesmo, ou dentro. Mas acho interessante a ideia para outras finalidades.

Nunca tinha visto uma tatu tão grande! // Fonte: macamp.com.br.

5 – Barraca comum sobre o teto do carro

Na minha opinião, todos os pontos negativos do item anterior se resolveriam se fosse possível armar a barraca no teto do carro, e se a barraca fosse simples de ser montada. É possível isso? Bom, para uma barraca típica, de passar vareta por dentro do pano, só resolve o problema do contato da lona com o chão, mas continua sendo complicado para montar a barraca. E o pior de tudo é que a barraca estando em cima do carro, você não pode andar com o carro até que a barraca seja guardada (ponto negativo que também ocorre com qualquer barraca de teto). Mas as grandes vantagens do ponto anterior são mantidas: não piora a aerodinâmica (embora necessite de um hack com piso plano), nem o centro de gravidade, nem o peso, nem a altura do veículo, e ainda mantêm a barraca longe do chão. Ah, e o preço é bem mais em conta: você só precisa comprar uma barraca simples, e colocar um hack de piso plano. Essa opção é mais rara, mas existem sim pessoas que optam por isso. Fato é que muitos poderão ver e pensar que você colocou uma barraca simples em cima do carro porque não teve dinheiro para comprar uma barraca de teto comum. Mas, se você não liga para o que os outros vão pensar, mande todos à m**** e faça o que for melhor. Em suma, o único ponto negativo (além da opinião dos outros), na minha opinião, é a dificuldade de montar a barraca, que pode ser igual à dificuldade da barraca comum. Há barracas mais simples, daquelas que se abrem em segundos, já viram? Mas não confio muito, pois acho a estrutura pouco resistente à ventos (e para quem estará em cima do carro...). Enfim, não querendo fazer propaganda, mas há pouco encontramos uma barraca bem resistente que não precisa passar vareta por dentro da lona. É bem mais fácil de montar. Não posso colocar uma barraca enorme em cima do carro. No meu caso, se fizer isso, comprarei uma de 1,20 por 2m. Preciso de mais espaço? Não. A ideia mesmo é só armar a barraca para ter onde dormir. Preciso comprar escada? Não aqueles trambolhos que vem com barracas de teto comuns. Posso comprar só aquela escadinha que se instala na porta traseira, e subo por ali. Meu carro tem 2,05m de altura. O portão do meu condomínio deve ter uns 10cm a mais apenas. Então, qualquer barraca de teto comum ou hard top que eu colocasse, eu teria que sair com o carro primeiro, e instalar a barraca lá fora. Na volta, o processo inverso. Impossível! E me incomodo muito com todos aqueles pontos negativos. Sou minimalista. Pra que um trambolho, se posso ter uma barraca em uma sacolinha dentro do porta-malas?

[Comentário em 13/06/2019: Compramos a tal barraca. Escrevo uma resenha dela em Resenha: barraca Quechua Arpenaz 2 Fresh and Black.]

Aqui só falta colocar o bagageiro sobre o teto do carro, mas é só pra se ter uma ideia de como fazer o piso. // Fonte: www.4x4brasil.com.br.

Enfim, nos últimos meses, já pensei em cada uma dessas modalidades, já pensei muito em cada uma delas, pendi para um e outro lado diversas vezes. No momento, eu e minha esposa chegamos à essa última ideia. Achamos uma ótima barraca, bastante resistente a vento, chuva, e com uma tecnologia que faz a barraca ficar escura até durante o dia. Mas claro, cada um vai pesar cada ponto positivo e negativo acima descritos e vai chegar a uma conclusão. Então, boa sorte na escolha! Saiba que o mais importante é não deixar de viajar, ainda mais acampando! Não tem coisa melhor! Um abraço e boa viagem!

Últimas notícias nossas:

17/07/19: Finalmente instalamos o bagageiro e compramos outras coisas necessárias para colocar nossa ideia em prática. Veja o projeto do bagageiro e ele pronto em Nosso projeto de bagageiro de teto para barraca iglu.]

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Vendas de barracas de teto (Brasil):

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Blue Camping

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Campings World

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Sumatra

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Por que não largar tudo e viajar?

Meu problema deve ser o da maioria das pessoas que aqui leem: estamos em um emprego, sobrevivemos por conta dele, pagamos contas, e juntamos dinheiro para viajar durante as férias. É assim também com você?

Imagem de Jan Vasek por Pixabay

Contudo, haverá pessoas que vão dizer que largaram tudo, venderam boa parte das coisas, saíram por aí, e que todo o mundo poderia fazer o mesmo. Mas, será bem isso?

Na minha opinião, se você analisar a vida dessas pessoas, muitas delas tem pais com dinheiro suficiente para sustentá-los, ou pelo menos para garantia de que, se tudo der errado, poderão ajudá-los a se recuperar. Outras tem investimentos capazes de, de fato, sustentar todos os gastos necessários. Outras pessoas trabalham com atividades que não precisam de local fixo, podem trabalhar viajando. E tem aqueles também que não têm muito dinheiro, mas que não se importam em viver com muito pouco, e para pagar suas necessidades fazem “bicos”, artesanatos.

Enfim, a grande questão é: você terá como viver bem se fizer isso? E viver bem não é apenas sobreviver. De nada adiantaria sair viajando o mundo e não poder ir em um restaurante provar uma comida típica, ou passar num museu muito importante da cidade e não ter dinheiro para entrar. Tudo bem, tem diversos níveis de conforto que se pode ter em uma viagem e, quanto mais conforto, menos longe se poderá ir, pelo menos para a grande maioria das pessoas, os não ricos. Eu, por exemplo, não me importo muito com conforto. Poderia ficar acampado, dormir em barraca de teto em posto de combustível quando necessário. Não me importo de não ir nos melhores restaurantes. Mas, fazer a própria comida todos os dias, três vezes por dia, dá muito trabalho, cansa. Quero ter dinheiro para poder comer fora de vez em quando, ir numa cafeteria típica tomar um pingado. Meu emprego, no momento, é justamente a única garantia que tenho de que terei dinheiro para viajar e viver essas coisas. Mas, poderia vender tudo e aplicar o dinheiro? Poderia... se eu tivesse alguma coisa. Mas a única coisa que tenho é o carro. E, se quebra a turbina, por exemplo, o que faço?

Felizmente tenho o privilégio de ter um emprego bom, do qual me sobra algum dinheiro para viajar, pois tem pessoas que nem isso, passam as férias em casa, ou em algum local próximo. Quem tem filho então...

Muitas pessoas acham maravilhoso ter filhos, e é, tudo bem. Mas, para quem luta para sobrar dinheiro nas férias para poder viajar, ter filho (pelo menos na minha idade) é botar uma âncora na vida. Sei que é uma visão terrível, que alguns vão me condenar por isso. Mas é só um ponto de vista. Um dia eu poderei ter, e com certeza vou gostar, cuidar e valorizar. Porém, um filho significa um gasto significativo. A mesma coisa um animal de estimação. Tem gente que tem um cachorro, e leva junto na viagem. Ótimo. Mas, continua sendo um gasto a mais, uma dificuldade, não pode ser levado em qualquer lugar, tem que cuidar pra não se perder... Tá, também tem suas vantagens. Se você já tem o cachorro, leve junto, é seu companheiro. Leve junto seu filho. Mas, eu que não tenho, melhor esperar e aproveitar para viajar muito, não acham? Agora, e aquelas pessoas que têm três cachorros, dois gatos, uma calopsita, um papagaio...? Aí, meu filho, sua vida é viver em casa. Quem mandou ter bom coração...

Foto: Brodie Vissers. (https://pt.shopify.com/burst)

O que eu quero dizer é: parem de dizer para os outros largarem tudo e saírem viajando! Só porque foi possível para você, não quer dizer que será possível ou bom para todos! Cada um tem a sua realidade, tem seus desafios, seus gostos, suas necessidades, seu tempo. Meu tempo, por enquanto, são os míseros 30 dias... Um dia, se possível, posso conseguir alguma forma de ganhar dinheiro e me sustentar sem precisar emprego em local fixo. Mesmo assim, não acho que viajaria 365 dias por ano. Faria trechos, rotas, mas possivelmente gostaria de voltar de tempos em tempos para algum local, rever a família e os amigos.

E você? Concorda? Gostou dessa reflexão? Então, comente abaixo nos comentários, para que possamos saber sua opinião. Inscreva-se neste blog, siga nosso Insta @decarropelaamerica para acompanhar nossas publicações, fotos dos lugares que passamos...

Um abraço e que todos consigam viajar muito nessa vida!

Leandro.

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Campings do Uruguai

Em janeiro, fizemos uma rota bem completa pelo Uruguai. Entramos por Rivera, cruzamos o interior até Colônia, depois circundamos todo o litoral até sair pelo Chuy. Em nosso planejamento inicial, pretendíamos ficar apenas em campings, pelo tempo necessário para conhecer cada local. Conhecendo o suficiente, partiríamos para o próximo. Então começamos a pesquisar sobre os campings, onde tem, a infraestrutura de cada um etc. Deu quase tudo certo. Quer saber mais? Está afim de viajar por campings pelo Uruguai? Então, vem comigo.

1 – Consideração 1: objetivos da viagem

Primeiro de tudo, é preciso definir que tipo de viagem você está procurando. No meu caso e da minha esposa, queríamos conhecer o máximo possível do Uruguai, o máximo de pontos turísticos, e outros lugares não tão conhecidos, além de poder aproveitar as praias em alguns momentos. Mas você pode estar querendo apenas ir a um local específico, estabelecer acampamento e ali ficar, ao invés de ficar percorrendo um trajeto longo, e parando aos poucos.

2 – Consideração 2: equipamentos

Outra coisa é que a indicação de campings pode depender dos equipamentos que você levará. Tem gente que leva tudo em uma mochila e sai pedindo carona (isso tem bastante lá), assim como tem aqueles com barracas automotivas, trailer, reboque. Enfim, dependendo dos recursos que você tenha, pode preferir um ou outro lugar (pode não se importar em ficar longe da praia, ou não fazer diferença se o camping tem uma boa infraestrutura ou não).

3 – Como encontrar os campings

Quando acampo no Brasil, a primeira forma de pesquisa que uso é o Google Maps. É só escrever “camping” e dar enter. Pronto, você vai ver onde tem, e outras informações. Algumas vezes utilizo sites de campismo como o MaCamp. Mas, no Uruguai, a única opção que encontrei mesmo foi o Google Maps. Entrei em contato por e-mail com alguns para pedir informações, se é preciso reservar, ou algo assim. Não, em nenhum que liguei era necessário reservar. Pelo visto os campings são todos bem grandes e sempre tem lugar. É só chegar e se identificar na recepção. Foi o que fizemos e, nos três campings que passamos, foi tranquilo. Não estavam muito vazios, mas tinha bastante vaga. Mas eu sugiro se preparar com mais de uma opção, pois, se por acaso o camping estiver fechado, ou lotado, você possa buscar um segundo.

4 – Onde tem campings?

Não nos planejamos para dormir no “interior” (neste caso, os locais longe das fronteiras e do mar ou oceano). Mas, na época eu pesquisei e parece que não tem camping. O meio do país é tipo um grande vazio, com algumas cidades minúsculas aqui e ali.

A primeira cidade que precisávamos dormir era Colônia. Também achamos que não tem muitos campings. Na verdade, o único que aparece no Maps é o camping Los Nogales, mas fica um pouco afastado. Achamos melhor ficar dois dias em hotel, bem na avenida principal, aproveitar bem a cidade, pois tem muita coisa para ver, e deixar o camping para a segunda parte da viagem. Tem estacionamento para deixar o carro, mas, nem precisa. Deixamos o carro estacionado na avenida principal mesmo, cheio de coisa dentro, e não aconteceu nada. O pessoal do lugar disse que não teríamos problema ali com furtos ou roubos, mas que, por precaução, era bom não deixar objetos de valor à vista, como notebook, óculos... Bom, pra nós, brasileiros, nem precisava dizer isso, hehe.

Não encontramos camping em Montevideo! Se tem, acredito que seja distante da cidade, então, com certeza não valeria a pena. E, pra quem quer conhecer Montevideo, é de se pensar em ficar no mínimo três dias, pois há muito a se conhecer. Portanto, acabamos nos hospedando por quatro noites na cidade em hotel. Pra quem vai com camionete grande, ou SUV, barraca de teto, achamos um estacionamento bem bom para colocar o carro, pois tem um teto bem alto, e nem é caro. Fica no subsolo daquele prédio famoso, o Palácio Salvo. Pagamos cerca de 1.400 Pesos (~165 Reais) pelas quatro noites. O único inconveniente é que alguns cuidadores queriam ficar com a chave do carro, pois assim é o costume do local. Mas nós estávamos com todos os equipamentos dentro, então insistimos para levar a chave, e deixaram. Pode deixar na rua, como em Colônia? Não. Os moradores não recomendam. Montevideo é muito mais tranquila que as capitais do Brasil, mas não é bom arriscar. Ah, fora que na maioria das ruas do centro você paga para estacionar na calçada (pelo menos durante o dia, à noite eu não sei).

Contudo, de Montevideo até o Chuy, você vai encontrar muitas opções de campings!

5 – Preços

Ficamos um dia no camping Piriápolis, dois dias no camping Punta Ballena e dois dias no Camping Ecológico Punta Rúbia (perto de La Pedrera). No primeiro pagamos 380 Pesos por dia e por pessoa, no segundo, 400, e no terceiro, 420. Para calcular o valor exato em reais, divida esse valor pela cotação do Peso Uruguaio. [Uma dica: as melhores tarifas que encontramos foi em Montevideo (8,7 Pesos por Real) e em Rivera, e a pior foi em Colônia (7,5 Pesos por Real), uma boa diferença.]. Assim, os valores dos campings estão bem acima do campings do Rio Grande do Sul, nosso Estado.

6 – Infraestrutura

A infraestrutura dos três campings foi semelhante. O principal, na nossa opinião, é ter banheiro com ducha de água quente, pia para lavar louça, e tomadas [dica: para o Uruguai, não precisa levar adaptador. Aquelas tomadas de dois pinos servem, só aquela de pinos achatados que não]. O que mais diferiu foi o local e a localização.

O primeiro ficava dentro da cidade de Piriápolis, tinha mercadinho próximo, e dava para ir caminhando à praia. Tinha mesas de bancos de concreto, para fazer refeições, árvores para dar sombra, churrasqueira e piso arenoso com grama bem cortada. O carro podia ficar estacionado próximo da barraca. Parecia bem seguro, era um camping bem família, mas tinha jovens, argentinos, e vi até um pessoal brasileiro. Não era um lugar tão bonito, ok? É bem simples mesmo. Valeu a pena, mas ficamos só um dia, pois a praia não nos atraiu muito. Não tinha muito mais para ver por ali.

O segundo ficava um pouco afastado (dá uma olhada no Maps). Em relação à infraestrutura do anterior, tinha tudo citado, menos as mesas e bancos. O camping é bom, mas não gostamos muito porque o local para barracas ficava de baixo de eucaliptos. A sombra é boa, mas o piso era coberto com uma boa camada de folhas secas, o que atraía insetos e aranhas (minha esposa não gostou nem um pouco, hehe). E era chato que ficava caindo das árvores umas coisinhas que ficavam grudadas na barraca e no carro. Falando em carro, ele não podia entrar dentro da área, mas ficava estacionado bem na beira. Uma vantagem, para quem gosta, é que tem piscina. Nós acabamos não aproveitando, pois preferimos o mar. A estradinha que passa ao lado do camping leva direto para a fazenda da La Pataia, um local bem legal de conhecer (veja em nosso Insta, @decarropelaamerica, as fotos e explicações). Dali também dá pra visitar um monte de lugares, como o famoso Casapueblo, Punta del Este, e a praia de que mais gostamos: Piñares!

O terceiro, mais ao norte, ficava também um pouco afastado da cidade, La Pedrera. Embora fosse o mais caro, foi o melhor. O local é bem organizado, você chega e pode escolher se quer ficar na área de jovens, de jovens casais, de família com filhos, ou um mais geral. O lado ruim é que o carro tem que ficar estacionado lá no estacionamento da recepção. Só pode levar até o local para carregar ou descarregar. [Mas, se você for usar barraca de teto, eles deixam, ok?] Então, os boxes são separados em quadrados, por toras. Tem um gramado bem verdinho e algumas árvores para sombra. Toda a infra básica daquele primeiro camping. Fica próximo da praia, mas acabamos não aproveitando, pois estava com muito vento. A praia ali já não é tão bonita como em Piñares, pois, de Punta del Este para cima, o litoral é bem parecido com o do Rio Grande do Sul: mar com muitas ondas, gelado, amarronzado, areia bem fina. Mas valeu muito a pena só pela cidade de La Pedrera.

Camping Piriápolis

Camping Piriápolis

Camping Punta Ballena

Camping Ecológico Punta Rúbia

*Acrescentado em 09/06/2020: Tivemos boas referências do Camping San Rafael, localizado em Punta del Este. Não é dos mais baratos, mas a estrutura, pelo que falam e pelo que se vê no site, é das melhores.

Para finalizar, vou deixar abaixo alguns links. Qualquer dúvida ou sugestão, escreva para nós nos comentários. Teremos o prazer em responder. Um abraço e boa viagem!




Sites dos campings citados:
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Camping Piriápolis (site sem muitas informações): https://campingpiriapolis.com/
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Camping Punta Ballena: http://www.campingpuntaballena.com/
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Camping Ecológico Punta Rúbia: http://www.puntarubia.com.uy/Camping/indexcamp.htm
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Camping San Rafael: http://www.campingsanrafael.com.uy/sitio/
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