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O que considerar antes de comprar um carro usado ou antigo?

Olá meu amigo! Tudo bem?

Está interessado em comprar um carro usado ou antigo?



De carro pela América: o que considerar antes de comprar um carro usado ou antigo?
Essa imagem dessa Land Rover Série 3 merecia um quadro, não acham? Uma relíquia! Achei excelente para ilustrar esta postagem. (imagem de Dimitris Vetsikas por Pixabay)

Pois bem, hoje quero dar algumas dicas sobre isso. E é bom explicar: quando digo antigo, aqui, refiro-me a carros que não são novos, nem seminovos, só isso. Diria que com ~10 anos ou mais, ok? São dicas bem gerais, básicas, que é sempre bom prestar atenção. Mas, claro, se você quer um carro bem antigo mesmo, daqueles de museu, então, além das dicas abaixo, talvez se possam incluir mais algumas, específicas para cada tipo de carro, pois cada um terá suas peculiaridades e você precisará pesquisar bem antes. Mesmo assim, o básico, para carros de ~10 anos ou mais, está aqui:


01 - Saiba bem o que você procura


Se você não for apaixonado pela marca e modelo, as chances são grandes de você desistir assim que ele der um probleminha. Você comprou porque o preço estava em conta, porque era uma raridade, mas não se preparou para a dedicação que seria necessária. Carro antigo merece dedicação. Mesmo que você tenha muito dinheiro, às vezes demora para conseguir uma peça. Enfim, primeiro pesquise bastante e defina: por qual ou por quais carros você é apaixonado?

02 - Pesquise tudo o possível sobre a marca e o modelo


Por quantos anos ele foi fabricado? Existem muitos por aí? (Quanto mais por aí, mais fáceis são de conseguir as peças. Quanto mais raro, mais trabalho ele pode dar). Existem grupos de aficionados por esse carro? (Esses grupos ajudam muito na hora do aperto). O que dizem sobre esse carro? Quais os problemas mais comuns? Quais as melhorias que ocorreram a cada ano? A manutenção é cara? Converse com alguém que tenha ou teve esse carro.

03 - Compare os preços


Abra o Mercado Livre, a Olx e outros sites de vendas e saia pesquisando. Tente entender se há razão para uns serem mais caros e outros nem tanto (quilometragem? Ano? Tipo? Conservação? Acessórios? Motor original, em bom estado?). Compare os preços com os da tabela Fipe. Desconfie de preços muito abaixo do mercado. Ninguém é inocente, algum motivo sempre tem! Às vezes pode ser um carro que já foi de leilão, por exemplo.

04 - Peça muitas informações


Não se contente com as informações do anúncio. Entre em contato com os vendedores e pergunte o máximo que puder dos carros. Caçe os defeitos existentes. O motor foi alterado? (Se foi alterado, não vale a pena. Pode ser um motor novinho, mas, por que precisou alterar? Se trocou, é porque o anterior foi mal cuidado, e possivelmente o carro também). Insista por vídeo do motor funcionando, acelerando (você precisa se familiarizar com o som adequado, e quando tem algo errado. Se o cara quer vender, ele vai tentar consertar ou mascarar os problemas. Se você percebe o som ruim, é porque o problema é tão grave ou caro que ele não conseguiu nem resolver nem mascarar. Siga essa lógica.). Nenhum carro estará perfeito. Mas você precisa verificar o quão grave são as imperfeições. Sempre se pode consertar e restaurar tudo. Porém, o quanto você gastaria para deixar o carro suficientemente bom para você? Os donos anteriores guardaram o histórico de manutenções? (carro sem histórico é uma bomba relógio. Você não tem a mínima noção de quando algo vai dar problema. Você acha que vai levar em um mecânico depois e ele vai te dizer o tempo de cada peça? Isso não existe, para a maioria das coisas. No máximo ele vai olhar os pontos principais ou gritantemente ruins. O resto, serão as surpresas de cada dia, hehe).

05 - Verifique a documentação


O próximo passo, muito importante, é verificar a documentação. Você não pode comprar um carro enrolado! Em geral você pega a placa e o Renavam e faz a consulta no site do Detran onde ele está registrado. Alguns Detrans disponibilizam informações mais completas, outros, só o básico. O de SP, por exemplo, mostra até fotos do dia das vistorias. O mais importante é se certificar que o carro não tem nenhuma restrição. Mas você também pode descobrir se ele já foi de outros estados, se já serviu para transporte de passageiros (taxi), se passou em vistorias anteriores e o motivo de não ter passado. E, mesmo que esteja tudo bem pelo site, é bom ligar para o Detran e perguntar, pois eles têm acesso a informações mais detalhadas sobre o veículo, no sistema. Outra coisa que dá pra fazer é ir até o CRV onde você pretende fazer a sua vistoria e pedir para eles verificarem se tem algo errado. As coisas mais graves que podem ocorrer é o motor ou algo ter sido alterado sem as devidas recomendações legais (daí, pra consertar isso será uma grande dor de cabeça, se for possível), se o veículo for roubado, se tiver multas ou IPVA atrasado, se não tiver com baixa do financiamento, se for oriundo de leilão, se estiver alienado (dado em garantia em outro negócio), se estiver em nome de outra pessoa, se alguma característica original tiver sido trocada sem as devidas recomendações legais (por exemplo, se o carro tem 5 bancos, e na documentação diz que deveria ter 7. Pode ser que na vistoria eles nem olhem, mas, pode ser que você dê o azar de o local ser muito criterioso. Tem locais que olham até os extintores, se estão em dia). O objetivo aqui é ver se está tudo em dia para que você possa passar na vistoria e conseguir colocar o carro em seu nome. Ah, é importante ver se o CRV (antigo DUT) está em branco. É com ele que vocês vão fechar o negócio.

06 - Veja o carro pessoalmente


O que considerar antes de comprar um carro usado ou antigo
(Imagem de Free-Photos por Pixabay)



06.1. Avaliação geral, antes de ligar o motor

Combine para ver o carro e, de preferência, dirija-o. Olhe bem o compartimento do motor, procure por itens não originais (pergunte o que e por que foi trocado). Afaste-se um pouco do carro e veja se está tudo alinhado (histórico de batidas graves que comprometam o chassis poderá deixar o veículo torto, o que é grave. Problemas de suspensão poderão deixá-lo desalinhado com o chão). Balance o carro para testar a suspensão (problema nos amortecedores poderão deixá-lo sob efeito das molas por mais tempo que o normal, mas pelo menos isso tem conserto). Veja o estado de conservação dos pneus (meia vida? gasto irregularmente? comprometido?). Abra a tampa do tanque de expansão e veja o estado do fluido de arrefecimento. Se há sinais de ferrugem, o dono foi descuidado, e isso pode ser perigoso. É possível fazer limpeza depois, mas, dependendo, podem aparecer furos, dar problema. Observe o estado dos sistemas, o que é novo, o que é velho. Olhe o carro por baixo e veja a condição do chassis (está torto? com ferrugem grave?). Para que finalidade o veículo foi usado? Já notei incoerências do tipo... O cara dizia que o veículo só fazia trilhas leves, só que no compartimento do motor tinha barro até a metade, por baixo estava cheio de marcas de pedras, carroceria com outros amassados, interior todo sujo, fedido. Ou seja, com certeza o veículo tinha sido usado para trilhas pesadas, e por um bom tempo. Pelo jeito, o dono era relaxado com o veículo. Se não se dava o trabalho nem de manter limpo, será que fazia a manutenção em dia?

06.2. Conheça o vendedor

Dono de oficina é perigoso, principalmente se for uma oficina fuleira. Normalmente, casa de ferreiro, espeto de pau. Ao invés de levar em um especialista no carro, preferem fazer eles mesmos, e daí fazem umas enjambradas, que depois vão te dar dor de cabeça. Isso quando não são sem-vergonhas e trocam as peças boas por peças quebra-galho, pois as boas eles sabem pra quem vender ou onde aproveitar, e sempre têm peças de segunda linha pra colocar no seu carro e te vender. E acontece muito de mecânicos comprar carros ruins de seus clientes por um baixo preço, para depois dar uma tapeada e vender no lucro. Só daria pra confiar se é dono de uma oficina especializada nesse veículo, gente conhecida, pois esses caras sabem cuidar do carro e não vão querer te largar uma bomba para depois você queimar a boa fama dele. Mas enfim, é bom você conhecer quem é o vendedor, com o que trabalha, por que comprou, por que quer vender, quanto tempo ficou com o carro (se ficou menos de dois anos, dá pra desconfiar. Será que ele comprou uma bomba e se arrependeu?). Como é o perfil dele? É do tipo cuidadoso, ou daqueles malucos, ansiosos?

60.3. Ande com o carro

Peça para dar uma volta no carro. Aí você vai sentir de verdade e se imaginar dono do veículo. Aí você poderá sentir se a suspensão é dura demais, se a embreagem está dura a ponto de doer a perna, se as marchas estão encaixando direitinho, se o motor está fraco, se a turbina entra em funcionamento, se o motor está enfraquecido, se é estável nas curvas, se os bancos são confortáveis.

07 - Tenha paciência


Comprar um carro não é como comprar uma peça de roupa, que se der errado você troca fácil ou bota fora e compra outra. Carro é um bem, um patrimônio. Não tem problema se você for um comprador "chato", daqueles que pergunta tudo, olha tudo. Não compre logo, por medo que alguém compre na sua frente. Muitos vendedores vão jogar com isso, dizer que há outros interessados. Não se preocupe, se tiver que ser seu, será. Pode tentar oferecer um preço menor, diga que é o que você tem no momento. Ele pode aceitar, ou não. Se não aceitar, o tempo pode fazer ele voltar atrás e baixar. Então, o tempo normalmente é positivo para você. Você pode usar a estratégia de "mandar reservar para você". Diga que só precisa conferir tal e tal coisa, ver pessoalmente. Diga as suas condições e vá jogando com o tempo. Se ele não quiser lhe dar alguma informação importante, como o número do Renavam, desista. Não corra risco grande! Alguns não querem dar Renavam logo de cara, mas, depois que te conhecem e veem que você realmente quer comprar, ficam mais tranquilos em dar. Não compre um meia-boca por falta de opção. Pode demorar anos para você achar seu carro ideal. Já vi gente que esperou 5 anos para encontrar. Eu demorei uns 6 meses, e foi tranquilo. Enquanto o tempo passava, eu ia juntando mais dinheiro e estudando sobre o carro, ia ficando mais experiente.

08 - Condições financeiras


Por experiência, é fácil financiar carros com menos de 10 anos. Entre 10 e 20 anos, há algumas financiadoras possíveis, mas com taxas mais altas (não vale a pena!). Então, acima de 10 anos, você não tem muitas opções: é à vista, ou trocar um por outro. Você já tem o dinheiro? Lembre-se de que você terá que pagar taxas no Detran também, para emitir documento, mudar de localidade (se for o caso), fazer vistoria, essas coisas. E depois? Você terá dinheiro para fazer as primeiras manutenções, botar o carro em dia? Prepare seu bolso para tudo isso.

09 - Para fechar o negócio


Com o preço já combinado, é bom você fazer um contrato de compra e venda, pois dá mais garantia jurídica. Coloque ali os dados do vendedor e do comprador, o que está sendo comprado (dados do veículo) e as condições de conservação. Na internet você encontra modelos e você pode escrever você mesmo. Insista para o dono ir pessoalmente. Se não puder ir, poderá mandar alguém por procuração. Faça todo o rito certinho, para não dar problema. Vocês irão no Cartório, vão preencher o CRV (antigo DUT), vão assinar o contrato (é importante ter duas testemunhas), e o cara lá vai autenticar as assinaturas, confirmando que o negócio foi feito. Você entrega o dinheiro para o vendedor (na verdade, o melhor é um cheque administrativo, por segurança), e ele te entrega o produto. Em resumo, é assim. Te dei as dicas do que é importante e seguro na negociação. Mas é bom você ler direitinho na internet o passo a passo, o que precisa, para ficar mais tranquilo e fazer tudo certo.

Enfim, espero que tenha ajudado vocês nessa busca pelo carro dos sonhos, assim como eu achei o meu. Fui um pouco extenso, mas não queria deixar nada importante de fora. Qualquer dúvida, ou se quiserem acrescentar alguma outra dica, escrevam nos comentários, ok? Sempre é bom e assim ajudamos uns aos outros. Um abraço e boa sorte no negócio!!


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